Artigo publicado na Nature apresenta uma taxonomia das mais de 1.000 IAs médicas liberadas pelo FDA

Nov 3 / Pulse Edução
A inteligência artificial (IA) deixou de ser promessa para se tornar realidade na prática médica. Segundo um artigo recente publicado na revista Nature em 2025, mais de 1.016 dispositivos médicos baseados em IA já receberam autorização da FDA (Food and Drug Administration) nos Estados Unidos. Esse marco consolida a presença da IA no ecossistema de saúde.

Os autores do artigo além e avaliarem atentamente a funcionalidade desses dispositivos, buscaram também organizar uma verdadeira taxonomia de aplicações clínicas, categorizando onde a tecnologia tem impacto comprovado e onde ainda existem limitações.

Mas afinal, o que essas ferramentas já são capazes de fazer — e o que não fazem?

O que o artigo da Nature revelou

O artigo revisou sistematicamente as autorizações regulatórias e propôs uma classificação clara das funções da IA médica. Entre os principais grupos estão:

 • Triagem e priorização: algoritmos que sinalizam exames críticos, permitindo que casos urgentes sejam revisados primeiro.
 • Quantificação e mensuração: softwares capazes de medir volumes, calcular frações (como a fração de ejeção cardíaca) ou segmentar órgãos de forma padronizada e rápida.
 • Detecção de anomalias: sistemas que apoiam médicos na identificação de nódulos em mamografias, pólipos em colonoscopias ou arritmias em ECGs.
 • Predição de risco: modelos que avaliam dados clínicos para estimar a probabilidade de eventos, como risco cardiovascular ou complicações pós-operatórias.

Essas categorias formam a base de uma taxonomia regulada e validada, mostrando onde a IA realmente gera valor.

O que a IA ainda não faz

Um ponto crucial do estudo é reforçar que nenhuma dessas ferramentas substitui o diagnóstico médico autônomo. A IA atua como suporte — ampliando a capacidade analítica, acelerando fluxos de trabalho e reduzindo erros —, mas a decisão clínica final continua sendo do profissional de saúde.

Essa distinção é essencial para evitar tanto a desinformação quanto a expectativa irreal de que “a IA vai substituir médicos”.

Impacto real na prática clínica

A adoção dessas tecnologias já traz benefícios mensuráveis:

 • Redução de tempo em prontuários com soluções como AI Scribe/Ambient Note-Taking, liberando médicos de horas de digitação.
 • Queda no índice de faltas (no-show) com chatbots de WhatsApp para lembretes automatizados, comprovado por estudos clínicos revisados na PMC.
 • Mais eficiência diagnóstica, como no caso da detecção precoce de nódulos em exames de imagem, apoiada por algoritmos regulados.

Esses avanços não são experimentais — já fazem parte do cotidiano de grandes sistemas de saúde, como o Kaiser Permanente, que aplica tecnologias de IA em milhões de atendimentos anuais.

Por que isso importa para médicos e gestores

Para profissionais da saúde, entender esse cenário é crucial por três motivos:

 1. Segurança clínica: fundamental apenas adotar ferramentas com validação científica e aprovação regulatória.
 2. Eficiência operacional: sabendo que a IA já reduz custos e aumenta a capacidade de atendimento.
 3. Atualização profissional: conhecer a taxonomia aprovada evita cair em promessas vazias e permite aproveitar o potencial que já está disponível.

O papel da Pulse

No meio de tantas novidades, é fácil se perder entre o que é hype e o que é realidade. A Pulse atua justamente trazendo conteúdo atualizado, embasado em evidência científica e regulatória, sobre como a inteligência artificial está transformando a saúde.

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Conclusão

A publicação da Nature reforça que a inteligência artificial já tem um espaço sólido na prática médica, não como substituto, mas como ferramenta de apoio validada e regulada.

São mais de mil autorizações que abrem caminho para uma nova era da medicina: mais rápida, mais precisa e mais centrada no paciente.

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