O artigo foi escrito por oito engenheiros do Google, liderados por Ashish Vaswani e outros pesquisadores visionários. A proposta era ousada: substituir os modelos de redes neurais recorrentes (RNNs e LSTMs), que até então eram a base para o processamento de linguagem natural (NLP).
Com os Transformers, tornou-se possível treinar modelos muito maiores, mais rápidos e capazes de compreender o contexto das palavras em um nível jamais visto.
Curiosamente, o próprio Google não investiu imediatamente na ideia. Outras empresas enxergaram o potencial e transformaram essa teoria em prática. Hoje, vemos OpenAI, Anthropic, Microsoft e diversas startups aplicando essa tecnologia em escala global.
Imagine que você está lendo um livro.
Modelos antigos liam palavra por palavra, quase como uma criança que precisa acompanhar cada sílaba com o dedo. O Transformer mudou isso: ele consegue olhar para todas as palavras ao mesmo tempo, entendendo o contexto completo da frase, do parágrafo e até de textos inteiros.
Essa “atenção simultânea” é o que permite ao ChatGPT responder de forma tão natural, traduzir idiomas, resumir ideias complexas e até gerar código de programação.
O mecanismo central do Transformer é chamado de Self-Attention.
Ele permite que o modelo dê mais “peso” às palavras relevantes em um contexto. Por exemplo:
• Na frase “O gato sentou no tapete porque estava cansado”, o modelo entende que “estava cansado” se refere ao gato, não ao tapete.
Esse nível de compreensão contextual abriu as portas para avanços incríveis em:
• Tradução automática (Google Translate, DeepL)
• Assistentes virtuais (ChatGPT, Claude, Gemini)
• Geração de imagens e vídeos (DALL·E, MidJourney, Sora)
• Aplicações em saúde, educação e ciência
Desde 2017, os Transformers se tornaram a base dos modelos de IA mais poderosos já criados. O próprio ChatGPT (OpenAI), o Gemini (Google) e o Claude (Anthropic) são todos construídos a partir dessa arquitetura.
Hoje, vemos o impacto em múltiplos setores:
• Educação: plataformas personalizadas de aprendizado.
• Saúde: IA ajudando médicos a diagnosticar doenças e reduzir burnout com AI Scribes.
• Negócios: automação de processos, atendimento inteligente e análise de dados em escala.
• Ciência: aceleração na descoberta de medicamentos e novas pesquisas.
Estamos diante de uma transformação comparável à criação da internet — mas em velocidade muito maior.
De um artigo científico publicado em 2017 nasceu a arquitetura que redefiniu como a humanidade cria, aprende e trabalha.
O Transformer mostrou que, às vezes, “atenção é tudo o que você precisa”.
Mais do que um avanço tecnológico, ele representa um novo paradigma de possibilidades: do jeito como estudamos à forma como empresas operam, passando pela maneira como cuidamos da saúde e exploramos o universo.
A revolução está em andamento. A questão não é mais “se” a inteligência artificial vai transformar o mundo, mas como você vai se preparar para fazer parte dela.